O Governo de Minas vai decretar estado de emergência na saúde após um surto de dengue, chikungunya e zika. A intenção é garantir que a FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) e as cidades consigam fazer compras e contratações com mais rapidez.
Para a prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais repassará cerca de R$ 30 milhões para a contratação de um serviço de drones para o estado.
“Nós somos pioneiros, levando aos 853 municípios essa tecnologia que consegue mapear todo o território, para poder saber onde que tem prováveis focos.”, afirmou o secretário Fábio Baccheretti.
O primeiro aparelho consegue monitorar toda uma área de até 1.000 hectares. O equipamento detecta onde há acúmulo de água parada e as informações são repassadas aos agentes comunitários, que são deslocados até o local.
Um segundo drone é usado para a dispersão de larvicidas em locais de difícil acesso.
“Este drone consegue chegar em qualquer local e dispensar então um larvicida com a margem de erro de 2 cm. Ele pode acertar recipientes como um copo plástico descartável.”, explica Baccheretti.
Belo Horizonte, Brumadinho e Contagem, na região metropolitana da capital mineira, já utilizam o serviço de uma empresa de engenharia responsável pelo desenvolvimento da tecnologia e operação.
“Todo o processo é feito através de Inteligência Artificial assistida, onde são detectados os pontos de interesse, caixa d’água destampada, pneu, lixo, piscinas”, complementa Renato Mafra, diretor operacional da empresa. “Essa inteligência artificial devolve isso em forma de ponto já com a classificação que o Ministério da Saúde utiliza”, conclui.
Minas Gerais registrou a primeira morte por dengue neste ano, na cidade de Monte Belo, a 408 km de Belo Horizonte. A vítima era uma mulher com comorbidades, na faixa dos 70 anos.
Em uma semana, o número de ocorrências pela doença no estado triplicou. Atualmente são mais de 11.000 casos. No boletim do dia 15 de janeiro, eram quase 4.000. Este é o segundo ano epidêmico consecutivo em Minas Gerais.
O atendimento em Belo Horizonte para casos de dengue será ampliado com o suporte dos hospitais João Paulo II, em pediatria, Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek, no adulto, além do João Penido, em Juiz de Fora, a 260 km da capital mineira.
“Estamos, junto com o município de Belo Horizonte, coordenando para fevereiro ou março, a abertura, se necessário, de mais 10 leitos de CTI no Júlia Kubitschek”, declarou Baccheretti. “Vamos capacitar todas as regiões do estado para organizar o atendimento [ao paciente]”, afirma.
A vacinação contra a dengue está prevista para março de 2024, em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
O Governo de Minas também confirmou a primeira morte no estado por chikungunya. Um homem de 87 anos, na cidade de Sete Lagoas, a 78 km de Belo Horizonte. Em toda Minas Gerais, são mais de 3 mil casos confirmados.