Um estudo conclui que entre jovens dos 10 aos 14 anos, o cyberbullying está associado a um maior risco de apresentar sintomas de transtorno alimentar. E a associação envolve não apenas quem é vítima, como quem pratica esse tipo de violência.
O trabalho, publicado no periódico International Journal of Eating Disorders, mostra que sofrer ou perpetrar bullying pela internet pode levar a baixa autoestima, insatisfação com a imagem corporal, compulsão alimentar e comportamentos insalubres para tentar controlar o peso.
A autora principal da pesquisa, Chloe Cheng, da Universidade da Califórnia, nos EUA, acredita que os adolescentes devam evitar o acesso a redes sociais que incentivam comportamentos alimentares pouco saudáveis e comparações excessivas. A equipe também sugere que os pais conversem com seus filhos sobre o cyberbullying e os ensinem a identificar e denunciar o assédio online.
O estudo amplia o conhecimento existente sobre os transtornos alimentares em adolescentes, que apresentam taxas altas de mortalidade. Foram usados dados do estudo nacional de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro do Adolescente, a maior análise de longo prazo sobre o desenvolvimento do cérebro nos Estados Unidos.
Os pesquisadores analisaram dados de 11.875 crianças de 10 a 14 anos. Os participantes responderam a perguntas sobre cyberbullying, bem como sobre sintomas de transtorno alimentar.
“Este estudo enfatiza a necessidade de mais pesquisas sobre como o cyberbullying está relacionado ao bem-estar mental dos adolescentes mais jovens”, observou o coautor Kyle Ganson, professor assistente da Universidade de Toronto, no Canadá.