Como prometido por Elon Musk, nos últimos quatro dias centenas de milhares de contas do Twitter que possuíam um selo azul de verificação dado pela gestão anterior da rede social perderam o símbolo no perfil.
A medida é uma forma de o novo dono da plataforma gerar receita rapidamente e pagar as dívidas feitas para comprar a rede social. Mas os primeiros dados mostraram que a ideia pode ser um fracasso retumbante.
O número mais impactante foi dado pelo desenvolvedor Travis Brown e, posteriomente, confirmado de forma independente: das 407 mil contas com selo azul, apenas 28 delas assinaram na última sexta (21) o serviço Twitter Blue — que custa 8 dólares mensais, ou R$ 42 por mês no Brasil.
No momento da contagem de Brown, o serviço possuía 19.497 contas que assinavam o serviço.
O número já é baixíssimo para uma rede social global, com milhões de usuários, mas ainda existia um detalhe: o próprio Musk deu gratuitamente o selo a alguns superfamosos com milhões de seguidores. E esses famosos também entram na conta de assinantes.
Vários deles — como o autor Neil Gaiman, o ator Ron Perlman e o escritor Stephen King — questionaram a rede social após perceberem que foram listados como assinantes do serviço, ainda que não tenham pagado nada.
Em resposta a essas alegações, Musk tuitou que estava “pessoalmente pagando” para manter o selo de tais perfis.
Personalidades já falecidas também continuaram com a verificação do selo e foram listadas como assinantes do serviço — o jornalista Jamal Khashoggi, Pelé e o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez são alguns exemplos. Vários desses perfis estão inativos por anos.
Bagunça de Musk
Como toda a trajetória de Musk na direção da plataforma, o vórtice de confusão continuou a crescer. Empresas que desejam anunciar na rede social também devem ser verificadas, e pagar por isso, segundo uma mensagem divulgada pelo consultor de mídias sociais Mat Navarra.
“A partir de 21 de abril, sua conta @ deve ter uma marca de seleção verificada ou se inscrever no Twitter Blue ou em organizações verificadas para continuar exibindo anúncios no Twitter. As contas comerciais que gastam mais de 1.000 dólares por mês já têm o selo dourado ou terão em breve, e continuarão a ter acesso à publicidade sem interrupção no momento”, diz o comunicado enviado à empresas.
Mas toda regra tem exceção. Algumas contas pessoais e corporativas ganharam o selo novamente sem precisar se inscrever no serviço — aparentemente, apenas perfis com mais de 1 milhão de seguidores ganharam a devolução.
No processo, erros imensos também ocorreram. Uma conta falsa chamada @DisneyJuniorUK, com um histórico de tuítes controversos, recebeu o selo dourado, que atestava que era um perfil associado à Disney.
Em pouco tempo, o perfil saltou de 1.400 seguidores para 4.700, antes de ser suspenso da rede social.
Como muitas das medidas de Musk, a política com os selos azuis e dourados claramente terá várias exceções e mudará as próprias regras aplicadas. A ideia parece ser chamar atenção enquanto busca conseguir algum dinheiro extra.
Selo virou meme bem rápido
Por outro lado, muitos encaram o selo azul pago como um sinal de que o dono da marca merece ser motivo de piada. Em pouco tempo, memes sobre o assunto circularam na rede social.
Até o momento, o Twitter Blue é uma grande bagunça que parece mais afastar usuários do que gerar a receita preciosa que a empresa busca.
Fonte:
Fonte: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/caos-erros-e-reclamacoes-nova-politica-de-selos-azuis-do-twitter-e-um-grande-desastre-ate-o-momento-25042023