O Reino Unido decidiu banir a raça american bully XL na Inglaterra e no País de Gales. A decisão, confirmada na última terça-feira (28), acontece depois de alguns casos de ataques envolvendo esses animais, como o ocorrido em setembro, quando uma menina de 11 anos foi gravemente ferida.
Segundo o site oficial do governo britânico, as mudanças na lei serão implementadas gradualmente ao longo de vários meses, mas a partir de 31 de dezembro de 2023 será ilegal realojar, vender, comprar ou transferir um cachorro desse tipo para outra pessoa.
Os american bullies dividem-se em quatro espécies caninas, standard, pocket, clássico e XL. A decisão vale apenas para os últimos, que podem chegar a pesar mais de 60 kg.
Além disso, a partir de 1º de fevereiro de 2024, será ilegal ser tutor de um cão dessa raça, a menos que seja solicitado um registro no Índice de Cães Isentos, onde é necessário cumprir um conjunto rigoroso de regras, até ao fim de janeiro. Entre as obrigações, está manter os cachorros amordaçados, castrados, microchipados e mantidos na coleira o tempo todo em público.
Quatro tipos de cães já estão proibidos no Reino Unido — o pit bull terrier, o tosa inu, o dogo argentino e o fila brasileiro.
Os ministros britânicos ainda disseram que será oferecido um valor de 200 libras (cerca de R$ 1.250, segundo a cotação atual) em compensação aos tutores que decidirem sacrificar seus american bullies XL, já que quem não cumprir a lei terá seu animal apreendido e receberá uma multa ilimitada.
De acordo com uma reportagem da Sky News, emissora britânica, um levantamento mostra que 246 cachorros poderão ser sacrificados, após o dia 31 de dezembro. Esses animais vivem em centros de resgate e abrigos e, devido à regra de não poder vender nem realojar, os american bullies XL passarão por uma eutanásia.
Decisão criticada
Os críticos levantaram dúvidas sobre a proibição nas redes, argumentando que pode ser difícil definir a raça, e dizem que é preciso prestar mais atenção aos tutores de cães perigosos, e não aos próprios animais.
Uma definição oficial do tipo do cachorro foi publicada pelo governo, que os descreve como tendo uma cabeça “pesada, grande e larga” e um focinho “bloco ou ligeiramente quadrado”.
Também é descrita a raça como “muito musculosa” com um “corpo grande e atarracado, dando a impressão de grande força para o tamanho”.
Ao RPet, especialistas explicam que esses cachorros não são um risco, mas atentam para a necessidade de liderança e atividade física que precisam manter. Livia Romeiro, veterinária especializada em linha de cuidado, diz que o american bully XL tem uma personalidade sociável e tranquila.
“Ele é muito gente boa com cachorros e pessoas. Dificilmente tem uma conduta agressiva. As características de comportamento dele não têm nada de agressividade, tanto é que ele está incluso no grupo de cães de companhia.”
Já o comportamentalista e adestrador animal Fernando Lopes vai em outra direção e afirma que esses bichos necessitam de pulso firme. “São pets que precisam ser treinados e adestrados desde os primeiros meses de vida”, ensina.
Ele afirma ainda que esses animais têm “instinto guardião” e que é preciso analisar caso a caso. Além disso, os tutores devem se atentar a alguns cuidados. “É necessário estudar muito para ter um cão dessa raça. Eles têm de ser castrados e também seguir as normas de segurança existentes para a raça, como usar uma guia curta e focinheira, principalmente quando for andar em parques. Houve uma época, inclusive, que eles eram chamados de pit monster”, detalha.
Fonte: https://rpet.r7.com/e-oficial-reino-unido-proibe-raca-de-cachorro-american-bully-xl-04122023