A temperatura subiu e o sol marcou presença nas últimas semanas. Com isso, uma discussão voltou à tona: a importância do uso diário de protetor solar no rosto e no pescoço. Visto que esse é um assunto que pode gerar diversas dúvidas, conversei com duas especialistas para simplificar a questão e ajudar as pessoas a ficar superprotegidos.
Primeiro, é importante ressaltar quais são os danos da falta de uso do produto. “O paciente que não faz uso do filtro solar pode ter um agravamento do seu envelhecimento, assim como aumento das manchas no rosto. Mas o maior problema do não uso é o aumento do risco de câncer de pele”, explica Fernanda Nichelle, médica dermatologista que atua exclusivamente na área estética.
Porém, qual é o fator de proteção mais adequado para uso no dia a dia? E qual a diferença entre os números? A dermatologista Bruna Fukumitsu conta que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o fator de proteção solar (FPS) mais indicado para a população brasileira é de, no mínimo, 30.
Há uma crença de que a partir de determinada numeração os protetores funcionam da mesma forma, no entanto, como explica Bruna, isso é um mito. “Os números de FPS não dizem respeito ao poder de um produto, mas, sim, ao tempo que ele é capaz de manter a pele protegida do sol”, revela.
TIPO DE PELE
Uma das maiores dúvidas na hora de escolher um protetor solar é saber qual vai funcionar melhor em determinado tipo de pele. E a doutora Bruna conta que, para diferentes tipos de pele, existem variadas recomendações.
Para pessoas com pele oleosa, por exemplo, os cosméticos em gel, oil-free ou em spray podem ser mais adequados, pois são menos propensos a obstruir os poros e, geralmente, possuem textura mais leve, ajudando a controlar a oleosidade.
Por outro lado, quem tem a pele seca pode se dar melhor com protetores com fórmula hidratante, em creme ou loção. Quanto mais denso o creme, mais ele demora a ser absorvido pela pele, que permanece hidratada por mais tempo.
Para quem está no meio do caminho, com a pele mista, os produtos em gel ou loção fluida podem ser uma boa escolha, pois oferecem proteção sem pesar na pele mais oleosa e também ajudam na hidratação das áreas mais secas.
Já para a pele sensível, é importante buscar opções sem fragrância e hipoalergênicas. “Formulações físicas em vez de químicas podem ser mais suaves para a pele sensível”, conta Bruna.
REAPLICAÇÃO
A médica Bruna Fukumitsu é categórica e afirma: “O filtro solar deve ser aplicado todos os dias, e a reaplicação é crucial para garantir uma proteção eficaz”. A dermatologista explica que o correto é usar o protetor mesmo quando estiver nublado, e ele deve ser passado, no mínimo, 30 minutos antes da exposição solar.
Confira algumas orientações sobre como fazer a reaplicação correta:
• A reaplicação-padrão deve ser feita a cada três horas. Porém esse intervalo diminui (a cada duas horas) em casos de transpiração excessiva, exposição solar prolongada ou após saída da água.
• A quantidade certa de aplicação seria uma colher de chá de protetor solar no rosto e no pescoço. Para facilitar, existe a regra dos três dedos: a quantidade ideal é aquela equivalente à extensão dos dedos indicador, médio e anelar preenchida com o produto.
• Existem protetores solares em pó disponíveis no mercado que oferecem uma forma conveniente de reaplicar proteção solar ao longo do dia, especialmente sobre a maquiagem. No entanto, é importante ressaltar que os protetores solares em pó não oferecem a mesma cobertura e proteção completa de um protetor solar líquido convencional.
MELASMA
O melasma é uma condição de pele que se manifesta como manchas escuras, principalmente no rosto, que ocorrem com mais frequência em áreas expostas ao sol, como o rosto, o pescoço e os braços. Então, como se proteger?
Bruna explica que, além de evitar a exposição direta ao sol — especialmente durante os horários de maior intensidade solar (entre 10h e 16h) —, é importante reforçar a proteção com uma barreira física, ou seja, protetores com cor. “Aplique-o generosamente todas as manhãs e reaplique-o ao longo do dia”, ensina.
A médica também alerta para outras fontes de calor — além do sol — que podem desencadear a mancha. “Cuidado com vapor de panela, saunas e secadores de cabelos, por exemplo”, recomenda.
“Lembre-se de que o melasma é uma condição crônica e pode ser algo desafiador de tratar completamente. A chave para gerenciar o melasma é a consistência na proteção solar e no cuidado da pele, juntamente com o acompanhamento regular de um dermatologista”, declara a especialista.
PROTEÇÃO DA PELE NEGRA
Ainda que muitas pessoas acreditem que a pele negra não precisa de proteção extra, isso não é verdade. “Pessoas pretas também precisam de proteção solar. Embora tenham naturalmente mais proteção contra os raios UV devido à melanina, ainda assim podem sofrer danos solares e estão suscetíveis ao câncer de pele e ao envelhecimento precoce”, explica Bruna.
Porém, um dos grandes problemas de quem tem a pele mais escura é que os protetores tendem a esbranquiçar no rosto. Para evitar esse aspecto, é recomendável buscar produtos fluídos ou transparentes, menos propensos a deixar resíduos visíveis.
“Uma dica é buscar filtros solares com fórmulas que sejam livres de óleo e que tenham uma textura leve, pois estes tendem a se adaptar melhor à pele negra sem deixar resíduos”, sugere a médica.
Outra opção é usar o protetor com cor, pois, além de substituir a maquiagem enquanto protege a sua pele, já vai ter o tom certo.
Fonte: https://vivaavida.r7.com/prisma/makes-e-afins/guia-do-protetor-solar-veja-o-melhor-tipo-fator-e-forma-correta-de-uso-para-ficar-protegido-nesse-calorao-16112023