O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, nesta quarta-feira (31), os resultados da pesquisa “Alfabetiza Brasil”, que dará suporte às políticas de avaliação da alfabetização lideradas pelo governo federal e pelas redes públicas estaduais e municipais de ensino.
O evento, que ocorreu na sede do Inep, em Brasília (DF), contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, e do presidente da autarquia, Manuel Palácios.
Os resultados inéditos mostram que apenas quatro em cada dez crianças do 2º ano do ensino fundamental estavam alfabetizadas no país em 2021.
De acordo com o levantamento, o ensino na educação infantil apresentou uma queda em comparação ao ano de 2019. Na época, seis em casa dez crianças ainda eram consideradas alfabetizadas.
“Sabemos que, quando uma criança não se alfabetiza na idade certa, aumenta a evasão, aumenta a reprovação, aumenta a desistência. Estamos perdendo milhões de jovens e crianças no país que precisam ter o direito de estar na escola, de garantir a conclusão do ensino básico completo. Portanto, esse é um direito que o Estado brasileiro precisa garantir a todas as crianças”, afirmou Camilo Santana.
Durante os meses de abril e maio, o Inep e o MEC consultaram professores alfabetizadores e especialistas, com o objetivo de chegar a uma definição sobre o conjunto de habilidades que devem caracterizar o perfil de aprendizagem da leitura e da escrita esperado ao fim do segundo ano do ensino fundamental.
A partir dos resultados encontrados na pesquisa, esse perfil de aprendizagem foi interpretado por meio da escala de proficiência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Assim, foi estabelecido que o conjunto de habilidades corresponde a 743 pontos na escala Saeb.
As crianças que alcançam esse patamar são capazes de:
• ler palavras, frases e pequenos textos;
• localizar informações na superfície textual;
• produzir inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como
em tirinhas e histórias em quadrinhos;
• escrever ortograficamente palavras com regularidade direta entre fonemas e letras;
• escrever textos que circulam na vida cotidiana, ainda que com desvios ortográficos ou de
segmentação.
Esses padrões de avaliação serão os pilares da nova política de alfabetização que o MEC deverá lançar nos próximos dias.
Como foi a pesquisa
Entre os dias 15 e 23 de abril, o Inep e o MEC consultaram professores das cinco regiões do país para coletar informações a respeito do conjunto de competências que caracterizam o estudante alfabetizado.
Na pesquisa, o instituto apresentou uma série de tarefas elaboradas com referência nas habilidades esperadas em língua portuguesa.
Os docentes, então, responderam, tendo como base sua experiência em sala de aula, se estudantes alfabetizados seriam capazes de realizar essas tarefas.
Fonte: https://noticias.r7.com/educacao/564-das-criancas-brasileiras-nao-estao-alfabetizadas-mostra-levantamento-inedito-do-mec-31052023